Sem me comparar, sem entristecer

Lettering: @jogueiareguafora

Não entendo o silêncio, a partida. Ainda me dói. Todo santo dia. Não me conformo. Talvez não me conforme nem tão cedo. Mas a dor pela falta acendeu dentro de mim um holofote sobre coisas a meu respeito que preciso trabalhar. Por mim. Para mim.
Amor próprio não pode ser ingrediente de receita pronta. Não dá para ficar no plano das palavras, nas resoluções de ano novo, na lista de coisas que você racionalmente sabe que precisa fazer, mas não consegue sentir de verdade. Precisamos falar sobre autoestima. Precisamos entender que ela é uma escolha que vale só para o primeiro passo. O caminho é longo. E não é fácil para todo mundo.
Existem as tais influências externas. Existem palavras não-gentis que ouvimos e às vezes ecoam na nossa mente por anos. Existem as tais brincadeiras que ferem e não têm a menor graça. Existem comentários indiscretos sobre algo em nossa aparência. São mil coisas que nos enchem de grilos. E grilos fazem barulho, pulam e, ainda por cima, parecem baratas. Os da cabeça também não são legais.
O eco dos outros não pode nos atingir. O que somos é o que temos para dar. Recebe quem quer. E o não querer de alguém não pode diminuir a imagem que temos de nós mesmos. Só o conhecimento pleno do que somos nos blinda do desdém alheio. O que somos tem valor, porque é a soma de tantas coisas... É uma vitória conseguirmos ser um saldo positivo mesmo em meio a tantas subtrações que enfrentamos.
Que nenhum veneno corrompa o olhar que voltamos ao espelho. Que nosso valor não se meça em likes. Que rejeição nenhuma limite nossa crença em nós mesmos. Que a gente se queira a si próprio constantemente. E que esse querer seja absoluto, blindado, incorruptível.

♫ Tiê - Perto e Distante

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