Eu já escuto os teus sinais

Hoje, bem mais que ontem, estou melhor. Mais leve. Há coisas que não precisam ser arrastadas dentro da nossa bagagem. Pesos desnecessários têm de ficar pelo caminho, não dentro de nós. A cada dia cabe o seu próprio pensamento. Quanto ao amanhã, sempre podemos nos acertar com ele, assim que ele se tornar hoje. Na última madrugada, conversando com Deus, Ele me disse. Não com palavras, mas eu entendi. Percebi que foi quando decidi parar de me debater e entregar, ao invés de pedir, que algumas coisas começaram a encontrar seu eixo. É soltar as rédeas. Agradecer previamente pelo que não sabemos como será, porque a maior dádiva já possuímos: somos.
Hoje, bem mais que ontem, estou melhor. Porque levantei mais cedo da cama, olhei para a sala de casa, respirei fundo e senti ares de fim de ano. Aqueles que sempre me ganham os pulmões aos novembros, porque me recuso a esperar os dezembros para poder acreditar. Eu nasci para crer. Creio nos gols do fim do segundo tempo e mais ainda na partida que virá. Deixo a esperança irracional dos recomeços me tomar inteira, quando o ano ainda está começando a pensar em terminar, para poder dar lugar ao novo. Coisas boas vêm, sempre vêm, de algum lugar. Nem sempre são as que a gente idealiza, mas comumente aparecem coisas ainda melhores. Tão melhores, que sequer tivemos a capacidade de imaginá-las antes. E de tão boas, conseguem se tornar ainda melhores por terem sido secretas, antes de serem. Surpreender-se é uma delícia.
Novembro vem vindo. Gosto tanto de novembros, que poderia ter nascido em um, caso não tivesse chegado naquele 26 de agosto de 1992. Novembros normalmente me trazem coisas boas e doces e leves. Não espero por uma específica. Entrego, agradeço e elas vêm, de uma forma ou de outra. 
Novembro vem vindo. Outubro ainda nem foi, mas eu já sinto um cheiro de paz. E de esperança. Forte, toda iluminada, esperando sei-lá-o-quê. Nem ela sabe. Mas agradece desde já. Ter esperança é agradecer de antemão. Eu agradeço. 
Hoje, bem mais que ontem, estou mais leve e mais eu. Porque me recuso a estar outra coisa que não melhor. Novembro. Ele está para chegar.


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