Flashback


Era seu pé de coelho. O seu trevo de quatro folhas, que nem diz a música da moda. Coincidência ou não, depois que ele chegou, um monte de coisa começou a dar certo. Ele era também seu ineditismo. Seu melhor arrepio dentre todos os arrepios que já havia provado na vida. Seu riso bobo. Seu brilho nos olhos. Seu semblante mudado. Sua autoestima mirradinha, acordada, bradando que existe, sim, e que está viva. Sua mente suja. Sua mente limpa. Sua umidade. Sua claridade. Seu suspirar. Sua tontura. Seu fastio. Sua arritmia. Sua inquietude. Seu bom humor. Sua noite em claro, de tanta alegria. Seu êxtase. Sua ansiedade. Sua prece. Seu pecado. Sua redenção. Sua perdição. Sua falta de foco. Seu mau humor. Sua saudade. Seu vazio. Sua umidade outra vez, de outra forma. Seus olhos inchados. Seu fastio de novo. Sua falta de vontade. Sua angústia. Sua ansiedade, mas agora amarga. Seus olhos grudados no celular, esperando notificações que não vinham. Sua prece evoluída, feita súplica. Sua insegurança. Seu pensamento constante. O seu não entendimento. Seu desejo latejado. Suas noites de sono agitado. Suas palavras, todas elas.
Passou também a ser sua ingenuidade disfarçada de fé, na esperança de ser verdadeira a afirmação de que grandes amores nem sempre dão certo de cara. De repente, ela parecia ter 15 anos outra vez.

♫ Luiza Possi - Lembra

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