Ainda me lembro com clareza o que mainha me ensinou

Arte: @jogueiareguafora
A sensação que tenho é de que gastei todas as palavras que conheço para falar dela e, mesmo assim, o meu amor continua sem tradução ou dimensão exata. Porque não cabe. Não importa quantas palavras bonitas eu use, ele segue incalculável e indizível. Ultrapassa minha existência, por ser sua gênese e sustentação. A respeito dela, já disse tudo quanto poderia dizer e, curiosamente, ainda não disse nada.
Este com certeza foi o texto em homenagem a ela que escrevi com maior dificuldade. Talvez pelos tempos, que andam estranhos para mim e me distanciam naturalmente das palavras e dos sons. Ou talvez porque amor às vezes é silêncio mesmo. Porque de tanto saber de si, pleno, forte e imortal, serena todos os ruídos e autoafirmações. Ele simplesmente o é e pronto. Absoluto e maior que qualquer data comemorativa.
É o nono Dia das Mães sem a presença física dela e, pela primeira vez, eu não sei o que dizer. Só abraço o silêncio com uma dor imensa na caixa do peito. E se eu pudesse vê-la, o que diria? Certamente, que agradeço. Que minha saudade é também uma forma de senti-la em mim. Que é difícil, mas que ser parte da realização do grande sonho da vida dela dá um sentido diferente a tudo. Que a amo imensamente todos os dias e que me lembro. E que lembrar é o que me mantém e alimenta, porque minha força não é minha, mas herdada dela, que segue para sempre sendo minha fortaleza e meu amor. Ela está em mim das formas mais belas.

♫ Maria Rita - Mainha Me Ensinou

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